quarta-feira, 7 de novembro de 2012

CRDH presta atendimento na Região Serrana do RJ


Região Serrana do Rio foi devastada pelos temporais de Janeiro de 2011
   O Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH) de Juiz de Fora vai terminar até o final de novembro o relatório sobre os atendimentos às vítimas dos temporais na Região Serrana do Rio de Janeiro, que deixaram 911 mortos e 171 pessoas desaparecidas em janeiro de 2011. A entidade já concluiu um documento parcial sobre o caso.
   O CRDH da Zona da Mata foi convocado para atuar no estado vizinho por determinação da ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR). A equipe mineira integrou uma força-tarefa conjunta com os CRDH's de Petrópolis (RJ) e Nova Iguaçu (RJ), além do governo do Estado do Rio de Janeiro.
   O documento preliminar foi enviado à SDH no dia 12 de outubro. O relatório parcial contêm dados coletados pelas equipes de campo nos últimos três meses. Os Centros de Referência verificaram se havia mortos e desaparecidos na Região não constantes na lista oficial do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, conforme denúncia veiculada pela imprensa fluminense no dia 5 de agosto.
 Equipe do CRDH de JF percorreu comunidades destruídas por tempestades de 2011 
   Os profissionais dos CRDH's também prestaram atendimento jurídico e psicossocial à população afetada pela tragédia que teve repercussão internacional. “É importante ressaltar que neste primeiro momento estamos enviando um breve relato das visitas. Nossas percepções e conclusões acerca das demandas sociais, jurídicas e psicológicas estarão expostas no relatório final, assim que as visitas forem finalizadas.”, revelou Fabiana Rabelo, coordenadora do CRDH de Juiz de Fora.
   Segundo ela, a proximidade com a Região Serrana fluminense foi o que motivou a solicitação da ministra Maria do Rosário, além do profissionalismo da equipe mineira.
   O CRDH de Juiz de Fora ficou responsável por verificar a situação em Teresópolis. De acordo com PLID, na cidade foram comunicados 295 nomes de pessoas desaparecidas. Destes, 118 foram localizados com vida, 55 em óbito e 122 continuam desaparecidos.     
   “Realizamos 53 visitas e identificamos a situação de 104 pessoas”, destacou Fabiana. A equipe de Juiz de Fora enfrentou várias dificuldades de acesso e localização de moradias, uma vez que os deslizamentos transformaram a geografia da região.
   “Mesmo sabendo da confirmação da morte, muitas famílias não conseguiram a certidão de óbito das vítimas”, contou a coordenadora. Questões relacionadas à moradias também foram examinadas, tais como desapropriações e valores de indenizações.
   Uma iniciativa interessante foi tomada pela moradora Ana Maria da Cunha, de 64 anos, da comunidade Campo Grande. Ela criou um memorial com os nomes dos 10 familiares que perdeu. Deste total, cinco continuam sumidos. “A minha intenção foi facilitar a contagem de desaparecidos. Gostaria que outras pessoas também tivessem feito este memorial”, disse.

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