quinta-feira, 8 de novembro de 2012

CRDH cobra investigação rigorosa

   Dois casos suspeitos de violações de Direitos Humanos mobilizaram a equipe do Centro de Referência da Zona da Mata. A entidade cobrou das autoridades policiais uma apuração rigorosa sobre morte do vendedor Célio Nunes de Oliveira, de 41 anos, baleado em maio por um sargento da PM de Bicas. No mês seguinte, o CRDH questionou a nomenclatura adotada pela Polícia Civil numa operação que resultou na prisão de um grupo de 12 ciganos.
   O caso do vendedor morto em Bicas foi acompanhado pessoalmente pela coordenadora do CRDH, Fabiana Rabelo, que esteve na cidade juntamente com os familiares da vítima. Os parentes e amigos de Célio, que é de Franca (SP), contestam a versão do PM, garantindo que o vendedor não estava armado quando foi abordado por uma patrulha policial. Segundo os militares, ele teria sacado um revólver calibre 22 e, por isso, acabou alvejado.
   “Pedimos uma apuração rigorosa das polícias civil e militar”, ressaltou Fabiana. Embora a família tenha contratado um profissional para acompanhar o processo, a advogada do CRDH, Maria Cristiane Ribeiro, também dará atenção especial ao caso até o julgamento. No último dia 19, a Polícia Civil fez uma reconstituição da morte do vendedor.
   Em relação à prisão dos 12 ciganos, acusados de estelionato, outros membros da minoria étnica procuram o CRDH. Eles não questionaram a legitimidade das prisões, mas alegaram que o nome dado à ação “Operação Romani” contribuiu para generalizar o ato de um grupo específico, pois, ao relacionar o termo “romani” (correspondente ao dialeto cigano) a um crime, estimulou o preconceito contra os ciganos. No Brasil, há cerca de um milhão de representantes desta minoria.
   O CRDH procurou a delegada responsável pelo Núcleo de Ações Operacionais da Delegacia Regional para debater a respeito do nome da operação, explicitando o significado do termo e como resultava em preconceito com o grupo. “O Centro de Referência também o envio de links (endereços de internet) que continham matérias de mídia impressa e televisiva, evidenciando a repercussão negativa. Como prova documental foram recolhidas as assinaturas do grupo, também encaminhadas à polícia”, destacou Fabiana.

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